No dia "do Sol", como é chamado, reúnem-se num mesmo lugar os habitantes, quer das cidades, quer dos campos.
Leêm-se, na medida em que o tempo o permite, ora os comentários dos Apóstolos, ora os escritos dos Profetas.
Depois, quando o leitor terminou, o que preside toma a palavra para aconselhar e exortar à imitação de tão sublimes ensinamentos.
A seguir, pomo-nos todos de pé e elevamos as nossas preces por nós mesmos e por todos os outros, onde quer que estejam, a fim de sermos justos pela nossa vida e pelas nossas ações, e fiéis aos mandamentos, para assim obtermos a salvação eterna.
Quando as orações terminaram, saudamo-nos uns aos outros com um ósculo. Em seguida, leva-se àquele que preside aos irmãos pão e um cálice de água e de vinho misturados.
Ele os toma e faz subir louvor e glória ao Pai do universo, no nome do Filho e do Espírito Santo e rende graças (em grego: eucharistian) longamente pelo fato de termos sido julgados dignos destes dons.
Terminadas as orações e as ações de graças, todo o povo presente prorrompe numa aclamação dizendo: Amém.
Depois de o presidente ter feito a ação de graças e o povo ter respondido, os que entre nós se chamam diáconos distribuem a todos os que estão presentes pão, vinho e água "eucaristizados" e levam (também) aos ausentes.
A liturgia da Eucaristia desenrola-se segundo uma estrutura fundamental que se conservou ao longo dos séculos até aos nossos dias. Desdobra-se em dois grandes momentos que formam uma unidade básica:
- a convocação, a Liturgia da Palavra, com as leituras, a homília e a oração universal;
- a Liturgia Eucarística, com a apresentação do pão e do vinho, a ação de graças consecratória e a comunhão.
Liturgia da Palavra e Liturgia Eucarística constituem juntas "um só e mesmo ato do culto"; com efeito, a mesa preparada para nós na Eucaristia é ao mesmo tempo a da Palavra de Deus e a do Corpo do Senhor.
Por acaso não é exatamente este o movimento da Ceia Pascal de Jesus ressuscitado com os seus discípulos? Estando a caminho, explicou-lhes as Escrituras, e em seguida, colocando-se à mesa com eles, "tomou o pão, abençoou-o, depois partiu-o e distribuiu-o a eles"
O movimento da celebração
Todos se reúnem. Os cristãos acorrem a um mesmo lugar para a Assembléia Eucarística. Encabeçados pelo próprio Cristo, que é o protagonista principal da Eucaristia. Ele é o sumo sacerdote da Nova Aliança. É ele mesmo quem preside invisivelmente toda Celebração Eucarística. É representando-o que o Bispo ou o presbítero (agindo "em representação de Cristo-cabeça") preside a assembléia, toma a palavra depois das leituras, recebe as oferendas e profere a oração eucarística. Todos têm sua parte ativa na celebração, cada um a seu modo: os leitores, os que trazem as oferendas, os que dão a comunhão e todo o povo, cujo Amém manifesta a participação.
A Liturgia da Palavra comporta "os escritos dos profetas", isto é, o Antigo Testamento, e "as memórias dos Apóstolos", isto é, as epístolas e os Evangelhos; depois da homília, que exorta a acolher esta palavra como o que ela é em verdade, Palavra de Deus, e a pô-la em prática, vêm as intercessões por todos os homens, de acordo com a palavra do Apóstolo: "Eu recomendo, pois, antes de tudo, que se façam pedidos, orações, súplicas e ações de graças por todos os homens, pelos reis e todos os que detêm a autoridade" (ITm 2,1-2).
A apresentação das oferendas (o ofertório): trazem-se então ao altar, por vezes em procissão, o pão e o vinho que serão oferecidos pelo sacerdote em nome de Cristo no Sacrifício Eucarístico, e ali se tornarão o Corpo e o Sangue de Cristo. Este é o próprio gesto de Cristo na Última ceia, "tomando pão e um cálice". "Esta oblação, só a Igreja a oferece, pura, ao Criador, oferecendo-lhe com ação de graças o que provém de sua criação". A apresentação das oferendas ao altar assume o gesto de Melquisedec e entrega os dons do Criador nas mãos de Cristo. É ele que, em seu sacrifício, leva à perfeição todos os intentos humanos de oferecer sacrifícios.
Desde os inícios, os cristãos levam, com o pão e o vinho para a Eucaristia, seus dons para repartir com os que estão em necessidade. Este costume da coleta, sempre atual, inspira-se no exemplo de Cristo que se fez pobre para nos enriquecer:
Os que possuem bens em abundância e o desejam dão livremente o que lhes parece bem, e o que se recolhe é entregue àquele que preside. Este socorre os órfãos e viúvas e os que, por motivo de doença ou qualquer outra razão, se encontram em necessidade, assim como os encarcerados e os hóspedes que chegam de viagem; numa palavra, ele toma sobre si o encargo de todos os
necessitados.
A anáfora. Com a Oração Eucarística, oração de ação de graças e de consagração, chegamos ao coração e ao ápice da celebração.
Na epiclese ela pede ao Pai que envie o seu Espírito Santo (ou o poder da sua bênção) sobre o pão e o vinho, para que se tornem, por seu poder, o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo, e para que aqueles que tomam parte na Eucaristia sejam um só corpo e um só espírito (certas tradições litúrgicas colocam a epiclese depois da anamnese).
No relato da instituição, a força das palavras e da ação de Cristo, e o poder do Espírito Santo, tornam sacramentalmente presentes, sob as espécies do pão e do vinho, o Corpo e o Sangue de Cristo, seu sacrifício oferecido na cruz uma vez por todas.
Na anamnese que segue, a Igreja faz memória da Paixão, da Ressurreição e da volta gloriosa de Cristo Jesus: apresenta ao Pai a oferenda do seu Filho que nos reconcilia com ele.
Nas intercessões, a Igreja exprime que a Eucaristia é celebrada em comunhão com toda a Igreja do céu e da terra, dos vivos e dos falecidos, e na comunhão com os pastores da Igreja, o Papa, o Bispo da diocese, seu presbitério e seus diáconos, e todos os Bispos do mundo inteiro com as suas igrejas.
Na comunhão, precedida pela oração do Senhor e pela fração do pão, os fiéis recebem "o pão do céu" e "o cálice da salvação", o Corpo e o Sangue de Cristo que se entregou "para a vida do mundo" (Jo 6,51):
Porque este pão e este vinho foram, segundo a antiga expressão, "eucaristizados", "chamamos este alimento de Eucaristia, e a ninguém é permitido participar na Eucaristia senão aquele que, admitindo como verdadeiros os nossos ensinamentos e tendo sido purificado pelo Batismo para a remissão dos pecados e a regeneração, levar uma vida como Cristo ensinou".
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